Apesar do impacto negativo do ex-presidente na imagem do Brasil e na sua projeção internacional, a comparação entre ele e o novo governo pode gerar boa vontade entre potências ocidentais e ajudar o país a conseguir reconhecimento e um papel importante na política global. Para o pesquisador britânico Paul Beaumont, Bolsonaro pode até acabar gerando um saldo positivo para o prestígio do Brasil
O genocídio do povo yanomami talvez ensine ao governo e à sociedade que precisamos criar mecanismos melhores e inovadores de coordenação governamental para criar suporte da sociedade, se queremos reconstruir políticas públicas. Para professor de ciência política e relações internacionais, o significado de reconstrução nacional é ir além de padrões de gestão mofados e rígidos, baseados na desconfiança recíproca e planilhas com números
Governo retomou a histórica ambição de colocar o Brasil no centro das grandes decisões geopolíticas, mas a imparcialidade tradicional do país em disputas internacionais como a invasão da Ucrânia pode atrapalhar seus planos. Para observadores externos, potências precisam estar prontas para tomar partido, e o Brasil parece querer ser líder sem assumir responsabilidade por grandes decisões
Política externa do novo governo deverá resgatar o padrão exitoso do passado em relação ao meio ambiente, aos direitos humanos e à integração regional. Para diplomata, entretanto, vai enfrentar também sérios desafios e riscos da nova ordem internacional, especialmente nas relações com EUA e China, que exigirão revisão
O papel dos militares na política é uma tensão permanente e não resolvida no Estado brasileiro. Para cientista político, o país precisa de reformas que fortaleçam o controle civil, pois a noção de que os militares brasileiros são um poder moderador está viva para grandes setores da população
O embaixador Everton Vieira Vargas considera que o mundo de 2023 é mais complexo, incerto e violento do que há 20 ou 30 anos. Em sua visão, a rivalidade entre EUA e China é distinta da competição que marcou a Guerra Fria entre Washington e Moscou. Ele pondera que ambos os lados precisam proteger seus interesses nacionais e, ainda, colaborar em temas de interesse mútuo, como meio ambiente e mudança do clima. As duas potências estão entre os maiores parceiros do Brasil, tanto no plano econômico-comercial quanto no dos investimentos. Desta forma, será crescente o interesse brasileiro pela mesma pauta do ambiente e do clima, tão presente para ambos.
Presa no dilema entre ficar do lado do imperialismo dos EUA ou tolerar o imperialismo russo, a esquerda precisa ir além da noção de bem contra o mal e mudar seu foco para as questões econômicas na raiz da crise
Ameaça golpista de Bolsonaro põe em risco a capacidade de o país se envolver em relações internacionais fundamentais para manter a soberania militar do Brasil. Para o professor de relações internacionais na Universidade de Carleton, no Canadá, uma intervenção militar traria o colapso da cooperação internacional com o país
Em artigo publicado na edição mais recente da revista Interesse Nacional, o ex-ministro da Defesa diz que a memória de 1964 não é uma boa referência para tratar do risco à democracia e que é preciso discutir como deve ser a presença de militares na política brasileira
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