Para que o BRICS+ avance em direção a uma real reconfiguração das hierarquias internacionais, é imprescindível fortalecer a coordenação entre seus membros e aprofundar os vínculos de cooperação com outros países em desenvolvimento. Isso implica reforçar o multilateralismo em áreas estratégicas como comércio, investimentos, tributação, endividamento e financiamento climático
O Fórum Parlamentar do Brics é realizado desde o ano de 2015, mas esta será a primeira vez com o Brasil como anfitrião. Em 2024, o encontro ocorreu em São Petersburgo, na Rússia.
O Brasil enfrenta um desafio que vai além das tarifas impostas pelos Estados Unidos: está em jogo seu lugar no mundo, sua capacidade de adaptação e sua independência econômica
No vocabulário político de Trump, o direito internacional e o multilateralismo são palavras riscadas do dicionário, substituídas por um idioma rude onde só falam os mais fortes. O que move o recém-empossado presidente não é a incompatibilidade ideológica com a Rússia ou a China, mas o temor de ver os Estados Unidos marginalizados na nova configuração de poder que se anuncia
Novo governo dos EUA coloca o mundo em um contexto mais tenso e com crescentes pressões. Como o Brasil vai a responder a tais dinâmicas será decisivo não só para seu próprio futuro, como também o da região e talvez mesmo do planeta
Historicamente, as tarifas alfandegárias têm sido utilizadas como ferramentas de proteção econômica, regulando o comércio e protegendo indústrias nacionais da concorrência estrangeira. Entretanto, sua aplicação como instrumento de coerção política representa um desvio significativo dessa função tradicional. Em vez de servirem como mecanismo de equilíbrio comercial, passam a ser empregados para pressionar decisões políticas e diplomáticas, ampliando a instabilidade global.
Expectativa é que nove novos países ingressem no bloco em 2025
É preciso pesar os riscos e benefícios de uma aliança com a China, e vale lembrar que desde os anos 1970 a economia ajudou a pautar o “pragmatismo responsável”. São os nossos interesses nacionais que devem balizar o nosso relacionamento com outras nações
Na presidência da Cúpula do Brics em 2025, o Brasil estará em condições de reafirmar os dois paradigmas históricos de nossa política externa – autonomia e desenvolvimento. Assim, sem ambiguidades, nossa diplomacia poderá contribuir para que a agenda do Brics não seja ditada pela China e pelo viés antiocidental
Cinquenta anos de relações Brasil-China demonstram não apenas uma história de sucesso econômico, mas também uma convergência geopolítica que superou muitos desafios ao longo do caminho e que agora parece estar ganhando terreno