A diplomacia, diferentemente do mundo dos negócios privados, é estruturada na previsibilidade, na continuidade e na coerência. É justamente isso que Trump despreza — e que não pode ser confundido com um cálculo estratégico
A postura dos EUA reflete uma estratégia dupla. Ela combina sinais militares por meio da ameaça de força para deter operações de narcotráfico, ao mesmo tempo em que aplica pressões políticas e jurídicas com o objetivo de enfraquecer o regime de Maduro
Governo brasileiro nega adotar práticas desleais no comércio bilateral
Desde a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos têm apoiado repetidamente governos que vêm cometendo atrocidades em massa, que são definidas pelo estudioso de genocídio Scott Straus como “violência sistemática e em larga escala contra populações civis”.
A retórica da Casa Branca está totalmente em desacordo com os dados. Os crimes violentos no distrito caíram mais de 25% no primeiro semestre de 2025 em comparação com o mesmo período de 2024. Os homicídios caíram 32% entre 2023 e 2024. Mesmo durante o alarme alimentado pela mídia em 2023, a taxa de homicídios em Washington — 39 por 100.000 habitantes — estava muito abaixo da pior do mundo.
Trump omite violações em Israel e El Salvador e acusa piora no Brasil
A soberania, pilar do direito internacional, confere a cada Estado autoridade exclusiva sobre seu território e população; por isso, a atuação militar estrangeira sem consentimento do Estado anfitrião tende a configurar intervenção ilícita
Para o embaixador, está implícita, e às vezes explícita, a tentativa da Casa Branca de reeditar a Doutrina Monroe, tese expansionista dos EUA do início do século 19, que definiu todas as Américas como a área de influência exclusiva de Washington
O objetivo dos EUA parece claro: usar o Paraguai como base energética para a infraestrutura de Inteligência Artificial da potência norte-americana, transformando seu excedente energético em insumo para um modelo de dependência tecnológica
Há uma intenção declarada, por parte dos Estados Unidos, de ameaçar e coagir o Brasil por meio de medidas comerciais e sancionatórias. Diante disso, o Estado brasileiro tem fundamentos jurídicos sólidos para contestar a legalidade dessas ações perante a Corte Internacional de Justiça