No mundo de 2025 não cabem temas como a visão binária da realidade. Uma percebida confrontação civilizacional Leste/Oeste não resiste à globalização econômica que amalgama a emergência de uma globalização civilizacional, contrariamente aos valores e preconceitos que alguns líderes mundiais anacronicamente perseveram em insistir
Episódio do programa Fala Colunista, em que Felipe Camargo entrevista o professor da Universidade de Denver Rafael Ioris fala sobre a estratégia brasileira na política internacional
A forma como o Brasil se colocou revela mais do que pretende esconder. É uma resposta que parece moldada para não comprometer ninguém, tampouco oferecer qualquer consequência prática. O Brasil reagiu de forma rápida, mas não ousou sair da moldura confortável das fórmulas diplomáticas genéricas. A crise, no entanto, exige bem mais que isso
Regimes operam em nome da segurança, da ordem ou da soberania, mas o fazem sem espaço para deliberação, dissenso ou sensibilidade ética. A política é substituída por relatórios. A dor humana, por mapas. A vida, por indicadores. E tudo é legitimado sob o argumento da racionalidade técnica — que se torna, paradoxalmente, o véu da brutalidade
Líderes do Brasil, África do Sul e Espanha defendem que as cúpulas internacionais de 2025 avancem com ações concretas frente às desigualdades, à crise climática e ao déficit de financiamento. Em um mundo multipolar e fragmentado, pedem cooperação e coragem para renovar o multilateralismo e enfrentar os desafios globais.
Decisão se insere em um momento de forte reposicionamento do Brasil no cenário internacional, marcado também pela liderança brasileira ano passado no G20 e pela organização da COP 30 no fim deste ano, consolidando uma postura ativa do país na reestruturação da governança global
A consolidação do eixo Trump-Putin representa o abandono da previsibilidade diplomática dos Estados Unidos e sua substituição por uma política externa baseada na imposição e força, onde soberanias são tratadas como ativos negociáveis.
O Brasil não pode aceitar de forma passiva o desmonte destes organismos multilaterais. A liderança brasileira precisa ter protagonismo para ajudar a inverter a situação e recuperar o espírito de Bretton Woods
A ascensão de um novo governo Trump e a consolidação de lideranças nacionalistas ao redor do mundo sinalizam um período de instabilidade na política internacional. Para o Brasil, esse cenário apresenta tanto riscos quanto oportunidades
Historicamente, a América Latina foi tratada pelos EUA como uma extensão de sua esfera de influência, sujeita a intervenções econômicas e políticas conforme os interesses de Washington. No entanto, a fragmentação da ordem internacional e a ascensão de novas potências mudaram, ainda que pouco, esse paradigma. Como maior economia da região, o Brasil tem capacidade e obrigação de estruturar uma nova arquitetura de poder baseada na autonomia regional e no pragmatismo diplomático