Regimes operam em nome da segurança, da ordem ou da soberania, mas o fazem sem espaço para deliberação, dissenso ou sensibilidade ética. A política é substituída por relatórios. A dor humana, por mapas. A vida, por indicadores. E tudo é legitimado sob o argumento da racionalidade técnica — que se torna, paradoxalmente, o véu da brutalidade
Líderes do Brasil, África do Sul e Espanha defendem que as cúpulas internacionais de 2025 avancem com ações concretas frente às desigualdades, à crise climática e ao déficit de financiamento. Em um mundo multipolar e fragmentado, pedem cooperação e coragem para renovar o multilateralismo e enfrentar os desafios globais.
Decisão se insere em um momento de forte reposicionamento do Brasil no cenário internacional, marcado também pela liderança brasileira ano passado no G20 e pela organização da COP 30 no fim deste ano, consolidando uma postura ativa do país na reestruturação da governança global
A consolidação do eixo Trump-Putin representa o abandono da previsibilidade diplomática dos Estados Unidos e sua substituição por uma política externa baseada na imposição e força, onde soberanias são tratadas como ativos negociáveis.
O Brasil não pode aceitar de forma passiva o desmonte destes organismos multilaterais. A liderança brasileira precisa ter protagonismo para ajudar a inverter a situação e recuperar o espírito de Bretton Woods
A ascensão de um novo governo Trump e a consolidação de lideranças nacionalistas ao redor do mundo sinalizam um período de instabilidade na política internacional. Para o Brasil, esse cenário apresenta tanto riscos quanto oportunidades
Historicamente, a América Latina foi tratada pelos EUA como uma extensão de sua esfera de influência, sujeita a intervenções econômicas e políticas conforme os interesses de Washington. No entanto, a fragmentação da ordem internacional e a ascensão de novas potências mudaram, ainda que pouco, esse paradigma. Como maior economia da região, o Brasil tem capacidade e obrigação de estruturar uma nova arquitetura de poder baseada na autonomia regional e no pragmatismo diplomático
Apoiado pelo Brasil e por outros países, Albert Ramdin substitui o uruguaio Luís Almagro que, entre 2015 e 2025, ocupou o principal posto da OEA, não podendo mais concorreu a outra reeleição.
Em um contexto geopolítico desafiador ao multilateralismo, o Brics é um foro absolutamente necessário para o sucesso da COP30, e o Brasil tem que usar de seu capital diplomático para criar pontes e consensos, e sentar-se em todas as mesas destravar impasses e impedir retrocessos e desmontes
Estamos assistindo à cristalização de um novo cenário, de distanciamento dos europeus dos americanos, onde os poderosos acertam entre si o destino do planeta e o resto, inclusive os “ex-poderosos”, acompanham, se forem “sensatos”