Apesar da resiliência mostrada pela democracia brasileira em resposta aos ataques do governo Bolsonaro, professor da American University avalia que o presidencialismo de coalizão vem enfraquecendo este sistema democrático do país por dentro, e pode se tornar um problema no longo prazo.
Estudo com base em entrevistas com a comunidade de política externa das grandes potências mostra a deterioração da reputação do país desde 2018, com uma imagem caótica de ruptura com as tradições, ameaças às instituições e incertezas nas relações com o resto do mundo
Para o diplomata brasileiro, observadores externos conseguem separar as declarações do presidente das ações práticas do país na política e nas suas relações com o mundo, o que limita as consequências dos ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral. Barbosa vê o Itamaraty atuando para restaurar suas tradições, embora o presidente seja o responsável pela definição da política externa
Forças Armadas conseguiram ampliar seu poder político no país nos últimos anos, e quem quer que seja escolhido para governar o Brasil a partir de 2023 vai precisar fazer concessões aos militares, avalia o pesquisador alemão Christoph Harig em entrevista. Apesar de a situação não ser saudável para a democracia, ele diz não ver risco de uma intervenção direta para reverter o resultado da votação
Politização dos laços entre os dois países muda uma dinâmica histórica deixando de lado o foco em temas de importância bilateral para enfatizar conexões pessoais entre os líderes –especialmente entre Trump e Bolsonaro. Em entrevista, a professora de estudos latino-americanos Britta Crandall analisa o cenário e diz que os EUA esperam que o Brasil se mantenha alinhado ao ocidente e dentro do campo democrático da política global
Cúpula das Américas revelou a fragmentação do continente, que se torna menos influente em temas globais, explica o pesquisador Michael Shifter, da Inter-American Dialogue; segundo ele, o Brasil é uma peça-chave na tentativa de tornar a América Latina relevante em nível global, mas isso depende de uma liderança política eficaz –o que não existe hoje
Em artigo, Christoffer Guldberg diz que o exercício da violência no Brasil, particularmente pela polícia, se dá segundo visões de cidadania e direitos ligadas ao racismo e se manifesta na distinção entre “bandido” e “trabalhador”, levando a uma presunção invertida de inocência onde a maioria das pessoas que as polícias matam são designadas como “bandidos” até que o contrário seja provado
No Visões do Brazil, parceria com o Instituto Brasil do King’s College London, doutorando em direito e política fala sobre sua pesquisa que analisa o comportamento do Judiciário brasileiro em casos de corrupção, buscando entender os fatores que permitem que juízes individuais tenham decisões que mudam o curso da nação
No Visões do Brazil, parceria com o Instituto Brasil do King’s College London, pesquisador dinamarquês analisa a operação policial que deixou mais de 20 mortos no Rio de Janeiro e os impactos da violência do Estado para a cidadania no Brasil
Em entrevista, professor de Harvard e presidente da Brazilian Studies Association (Brasa) diz que longo histórico de golpes e intervenções militares na política do país dá motivo para atenção à crise democrática do Brasil, mas explica que o governo Bolsonaro está isolado no mundo e seria difícil ter apoio internacional para um governo autoritário