Bolsonaro Jair

Os atuais ‘Supremos’: Estados Unidos e Brasil*

Joaquim Falcão 09 outubro 2024

Conversávamos e analisávamos decisões da Suprema Corte dos Estados Unidos. Em jantar com os professores da Harvard Law, Terry Fischer e David B. Wilkins. Dezembro de 2000. Lá mesmo em Cambridge, Massachusetts. De repente, disse Fischer (o pioneiro dos estudos de Direito e Tecnologia, criador do Beckman Center), em quase autorreflexão: “A nossa Suprema Corte […]

Desenha-se uma aliança não escrita entre Brasil e Estados Unidos

Anthony W. Pereira 09 outubro 2024

Nos últimos 200 anos, os Estados Unidos mantiveram uma relação de altos e baixos com a segunda nação mais populosa do hemisfério ocidental, o Brasil. Em fevereiro do ano passado, o presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, emitiram uma declaração conjunta projetada para aprimorar e aprofundar o […]

Lava Jato, STF e Elon Musk: corrupção e democracia em combate

O advogado Luiz Eduardo de Almeida explora em seu texto as relações entre a Operação Lava Jato, o STF e os atuais embates entre Elon Musk e o Supremo Tribunal Federal: “À primeira vista inexistentes, elas revelam uma teia intrincada e sutil entre o processo de combate à corrupção e a defesa da democracia, gerando reação de agentes públicos e estruturas complexas— públicas e privadas — a esse movimento”.

Agenda científica segue gigante, mesmo após arrumação do negacionismo anterior

Balanço do que aconteceu neste 2023 em termos de ciência e tecnologia no país, focado especificamente nas ações no plano federal, revela que, todo o primeiro ano foi período de arrumação da casa. E que tremenda arrumação foi necessária

O presidente pode muito, mas não pode tudo

Carlos Melo 04 janeiro 2024

Balanço do primeiro ano do governo do presidente Lula não pode omitir a complexidade da cena política no Brasil e no mundo nem ignorar o enorme desafio de recompor a harmonia entre os poderes, reduzindo a pressão fisiológica, recolocando a agenda nas mãos da política

Na era Biden, o Itamaraty ‘trumpolavista’ ficará falando sozinho

Paulo Sotero 04 janeiro 2021

De volta a Washington, em dezembro de 2013, depois de quase quatro anos como embaixador em Brasília, Thomas A. Shannon recordou afirmação que havia feito ao partir para a missão sobre o efeito salutar da crescente conectividade das sociedades dos dois países, já visível então, a despeito da distância e das turbulências ocasionais do diálogo oficial. Durante palestra no Wilson Center, Shannon lembrou: “Eu disse que nossas sociedades e nossos povos — e não nossos governos — se tornariam os principais motivadores de nosso relacionamento”. A presciente observação do diplomata, aposentado em 2018 como vice-secretário de Estado, revela o desafio criado para o Brasil pela eleição à Casa Branca, do centrista Joe Biden, e a fragorosa derrota por ele imposta ao populista Donald Trump, cujo arremedo tropical, Jair Bolsonaro, permanecerá no Palácio do Planalto.

A eleição municipal e a sucessão presidencial de 2022

O presente texto traz uma tese e duas hipóteses sobre a relação entre a eleição municipal, recém-ocorrida, e o pleito presidencial de 2022. A tese é a de que o resultado da eleição municipal revelou que o sistema político vigente até 2018 não se recompôs da implosão a que foi submetido pela ascensão do fenômeno político-eleitoral do bolsonarismo. A primeira hipótese é a de que esse desfecho aumenta ainda mais o grau de indeterminação do processo eleitoral presidencial que ocorrerá daqui a dois anos. A segunda hipótese é a de que, apesar da inépcia institucional de Bolsonaro, seja à frente do governo, seja pela incapacidade de organizar partidariamente sua base social e ideológica, o bolsonarismo tem chances de disputar, de maneira competitiva, a sucessão presidencial.

A bancada evangélica e o Brasil

Valdinei Ferreira 03 abril 2020

Adélio Bispo, homem que esfaqueou o então candidato Jair Bolsonaro, frequentava igrejas evangélicas. O presidente Jair Bolsonaro, que se declara católico romano, foi batizado no rio Jordão, em Israel, pelo pastor da Assembleia de Deus Everaldo Pereira. A presença do presidente em eventos promovidos por igrejas evangélicas, principalmente pentecostais e neopentecostais, foi prioridade no primeiro ano de seu governo, e tudo indica que continuará a sê-lo até o final do mandato. Os filhos do primeiro matrimônio do presidente e a sua atual esposa são ligados à Igreja Batista. Voltando ao período da última eleição presidencial, os concorrentes Marina Silva e Cabo Daciolo pertencem às fileiras evangélicas, tendo o último se destacado por levar uma Bíblia aos debates entre os candidatos e inserir em suas respostas bordões pentecostais.

A miséria da democracia na república dos salteadores

José Neumanne 03 abril 2020

L’état c’est moi” (o Estado sou eu), dizia Luiz XIV, soberano absolutista de França. Quantos brasileiros, alguns dos quais falam francês por elitismo esnobe, podem dizer, como o rei, que eles são o Estado? Dizem que a escravatura foi abolida por obra e graça da mui pouco graciosa princesa Isabel dos Bourbons nos idos do penúltimo decênio do século XIX. Mas, um tipo novo de servidão foi instalado nesta República tropical sob as ordens de um estancieiro gaúcho, Getúlio Vargas, em nome da eficiência do serviço público. E o resultado está aí: enquanto o trabalhador comum trabalha como mouro e enfrenta o tal do serviço público, que dele só se serve, este reina absoluto com todos os direitos, prerrogativas e devidas mordomias. Por isso, é ocioso perguntar se o Brasil tem jeito. Tem não. As castas burocráticas estatais não deixam, não, de jeito e maneira.

Agências: politização, força do mercado e fragilidade do consumidor

Ao completarem 24 anos de existência em 2020, as agências reguladoras brasileiras intensificam o uso de meios digitais – mais rápidos e mais baratos do que os convencionais – para que empresas e usuários de serviços públicos resolvam seus conflitos de consumo. Companhias que prestam serviços regulados, como energia e telecomunicações, recebem crescentes reclamações de consumidores. Os segmentos de telefonia, internet e TV por assinatura estão entre os mais criticados.

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