Comparação de guerra em Gaza ao Holocausto gerou polêmica, mas não foi um lapso e indica aposta do país em um novo cenário global multipolar em que o Brasil poderia assumir um papel de liderança. Escolha traz riscos, mas, indo além do paralelismo histórico controverso, avaliar se a movimentação está certa ou errada neste momento parece ligado mais à ideologia de quem julga
Após um primeiro ano de retomada da participação do Brasil na política internacional, 2024 começa marcado pela liderança do G20 como oportunidade para a busca de um protagonismo do país em questões globais. Para professora, o Brasil precisa equilibrar o hiperativismo e atuar para garantir que os esforços do grupo não acabem por promover incoerência ou fragmentação
Primeiro ano do novo governo teve mais acertos que tropeços em processo de soerguimento institucional e amadurecimento político. Para diplomata, ao passo em que devemos beneficiar-nos da potente reputação cultural já construída, é necessário, também, mitigar persistentes percepções negativas
Busca do país por maior prestígio internacional esbarra na falta de reconhecimento sobre as capacidades reais do país e do seu potencial de ter um papel de peso na política internacional. Pesquisa com as elites das grandes potências revela uma imagem ofuscada por clichês superficiais e ligados à ideia do Brasil como lugar apenas de festas e diversão
Candidatos apresentaram diretrizes coerentes e guiadas por concepções político-ideológicas, mas tema foi resguardado pela ‘ambiguidade estratégica’. Estudo revela que campanha midiática foi guiada por um marketing político-eleitoral manipulativo e imediatista focado na pequena política, deixando o debate de projeto global praticamente excluído
Dentro da lógica binária da política estadunidense, tudo indica que as próximas eleições presidenciais serão definidas, novamente, pelo trumpismo e pelo anti-trumpismo. O quadro eleitoral já começou a se desenhar em linhas bem claras em uma nova disputa entre um Biden buscando de maneira quase inercial sua reeleição e Trump com chances reais de voltar ao poder
O Brasil precisa assumir a liderança do processo de integração regional para atender seu próprio interesse, e para isso a ministra Simone Tebet assumiu essa bandeira e prepara roadshow de obras. Para embaixador, o Itamaraty deveria retomar seu papel de coordenador das ações externas, em especial na América do Sul
Apoio político à denúncia contra Israel inova e tem relevância para a discussão sobre o status internacional do país. Postura faz com que o Brasil deixe de lado a histórica neutralidade que afeta sua busca por prestígio e leva à declaração surpreendente de que o país não quer ser ‘mediador universal’
Falhas da atuação do Brasil na escalada de tensões entre a Venezuela e a Guiana revelam a necessidade urgente de coordenação entre diplomacia e poder militar. Para professor, o caso é um sintoma da ausência de uma grande estratégia do país
Atuação do Brasil nas duas frentes diplomáticas sugerem que a diplomacia insiste em manifestar na arena internacional vieses ideológicos que podem ir contra os interesses nacionais. Para professor, para o país ganhar relevância em questões globais é preciso congruência de ações no longo prazo com atuação em menos palco e mais em bastidores