A decisão dos EUA de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros expôs falhas diplomáticas do Brasil e o uso político do comércio por Trump, mas a firme reação brasileira e o pragmatismo histórico indicam que o foco se voltará à negociação para proteger indústria e agro. Mesmo em meio a tensões ideológicas, o interesse nacional deve prevalecer, como em crises passadas, até que as relações bilaterais retornem à normalidade
Especialistas apontam chantagem de Trump em sanções contra o Brasil
Até o momento, porém, este não parece ser o início de uma guerra nos moldes do século XX, e sim mais um capítulo do modelo de guerra que os EUA vêm aperfeiçoando desde 11 de setembro de 2001: intervenções pontuais, juridicamente ambíguas, tecnologicamente sofisticadas e de alto impacto midiático
Artigo publicado na edição 70 da Revista Interesse Nacional analisa a situação política dos EUA
Durante seu primeiro mandato, no auge dos protestos do Black Lives Matter, o ex-secretário de Defesa Mark Esper alegou que Trump lhe perguntou: “Você não pode simplesmente atirar neles, atirar nas pernas ou algo assim?”
A crescente pressão do governo Trump sobre o Brasil, impulsionada por aliados bolsonaristas e agravada pela resposta do governo Lula ao que vê como ameaças à soberania nacional, expõe a ausência de diálogo direto entre os dois países. Com sanções iminentes e riscos à relação bilateral, o Itamaraty tenta, nos bastidores, evitar o isolamento diplomático e proteger interesses comerciais estratégicos
A continuar o processo de erosão do princípio e das instituições republicanas, os próximos anos poderão ser marcados por uma crise constitucional só comparável à que antecedeu a eclosão da Guerra Civil, em 1861
Intensificação das guerras comerciais que Donald Trump acaba de relançar não trará grandeza, mas sim miséria e incerteza
Donald Trump é o anti-Tocqueville. As virtudes defendidas pelo autor são, para o presidente dos EUA, vícios a serem extirpados. Aquele país de cidadãos livres precisa desaparecer para criar uma America Great Again povoada de súditos dedicados a sepultar A Democracia na América
A passagem marítima, tornou-se um campo de batalha estratégico entre duas potências globais que disputam a primazia sobre o comércio internacional, e reflete um embate muito mais amplo, que se estende para além do comércio e da infraestrutura e alcança setores como tecnologia, energia e segurança