A percepção do governo Lula de que o status de observador na OCDE representa uma vantagem é um equívoco e não reflete o lugar do Brasil no mundo. Para embaixador, como membro efetivo da OCDE, o país teria condições de influenciar mudanças nas regras da governança global mais compatíveis com o interesse nacional, enquanto ser observador deixa o país incapaz de influir no trajeto que deverá seguir
A história oficial no Brasil registra um equívoco sobre o início do relacionamento diplomático com os Estados Unidos, repetindo que os americanos foram os primeiros a reconhecer a independência brasileira. Segundo o embaixador Rubens Barbosa, que serviu em Washington, DC., as relações entre o Brasil e os EUA só ocorreram a partir de em 1825, e a Argentina foi a primeira a reconhecer a independência
Piada desenvolvida por ferramenta de inteligência artificial revela a percepção externa de que o país não tem relevância no tabuleiro da política internacional. Estudo sobre o status do Brasil mostra, entretanto, que o ‘peão’ pode ter relevância no xadrez global, e que a metáfora pode ajudar o país a construir estratégias para buscar a sua promoção a um ator de maior prestígio
Primeiro ciclo de negociação entre o governo colombiano e a última guerrilha ativa na região marcou a retomada do diálogo e a real possibilidade de um término do conflito. Para pesquisadores, mesmo que exista vontade política, a ausência de concertação sobre determinados tópicos centrais à agenda negociadora (como o cessar-fogo) podem obstaculizar os diálogos de paz, tornando o processo pouco transparente e legítimo
Encontro do presidente brasileiro com Joe Biden levou a uma cobertura favorável da mídia estrangeira sobre a resiliência das instituições dos dois países após os atentados golpistas. Proporção de textos com tom positivo no período foi três vezes maior do que a média semanal
Apesar do impacto negativo do ex-presidente na imagem do Brasil e na sua projeção internacional, a comparação entre ele e o novo governo pode gerar boa vontade entre potências ocidentais e ajudar o país a conseguir reconhecimento e um papel importante na política global. Para o pesquisador britânico Paul Beaumont, Bolsonaro pode até acabar gerando um saldo positivo para o prestígio do Brasil
Visitas de Lula à Argentina e ao Uruguai impulsionam a reinserção do Brasil na América Latina e podem ser vistas como vitórias políticas incontestes e símbolo de retorno do país ao cenário global. Para embaixador, entretanto, entretanto, o avanço político não se fez acompanhar de pragmatismo econômico por causa de erros e tensões nas negociações com os dois vizinhos
O fortalecimento da esquerda sul-americana abre uma nova página na geopolítica do clima. Com a proposta de um fundo multilateral para a Amazônia, renasce um princípio que oferece conteúdo efetivo à ideia de justiça climática. Para cientista político, tal abordagem diplomática provavelmente dará ainda mais credibilidade às propostas feitas nesta área a partir do Sul global
Governo retomou a histórica ambição de colocar o Brasil no centro das grandes decisões geopolíticas, mas a imparcialidade tradicional do país em disputas internacionais como a invasão da Ucrânia pode atrapalhar seus planos. Para observadores externos, potências precisam estar prontas para tomar partido, e o Brasil parece querer ser líder sem assumir responsabilidade por grandes decisões
A dinâmica do mundo mudou e é imprescindível ao Ocidente conviver com o paradigma de que a Ásia se tornou fator decisivo na economia e política globalizadas. Para diplomata com ampla experiência no continente, momento evidencia o despreparo desta parte do planeta para lidar com uma realidade complexa, que escapa aos seus valores arraigados, e é preciso compreender e conviver com a alteridade