Cobertura da política externa de Lula na mídia nacional tem adotado um tom crítico influenciado por uma visão baseada em interesses estrangeiros, especialmente dos EUA. Para professor de jornalismo, a postura de imprensa conflui para uma negação da existência do Brasil, o que acaba por reforçar a primazia do establishment
Visitas de Lula aos EUA e à China, bem como declarações sobre a guerra, mostram que o país está voltando a reforçar sua tradicional busca por autonomia e equidistância, sem se comprometer com nenhum lado em disputas geopolíticas. Em um contexto de crescente polarização e pressão por alinhamentos, posição pode acarretar riscos de insatisfação generalizada com o país
Os arroubos verbais do presidente transformam situações que poderiam ser vistas como sucesso em atritos desnecessários que prejudicam a própria ambição de Lula de ter um papel de maior visibilidade e influência nas questões geopolíticas mais relevantes. Para embaixador, aparenta haver um esvaziamento problemático do Itamaraty, mas as declarações até agora não devem ter consequências práticas contra o país
O desenvolvimento econômico latino-americano continua sendo assumido como uma variável dependente das necessidades geopolíticas de uma potência estrangeira.
Debates sobre a economia brasileira reeditam antigas controvérsias teóricas e colocam em evidência um novo paradigma para discutir a situação do país. Para embaixador, a pergunta crucial é saber se a flexibilização das metas de inflação, o aumento da despesa pública e as taxas de juros sensíveis a pressões políticas serão capazes de colocar o país nos trilhos do crescimento sustentável
Presidente brasileiro tem sido criticado por salientar o compartilhamento da culpa –e da responsabilidade– entre os dois países vizinhos na guerra. Para embaixador, nas relações internacionais nada é preto ou branco absoluto e, apesar de o conflito ocorrer longe da realidade brasileira, pode haver sentido em ver influência da aproximação entre Ucrânia e Otan na tragédia que ocorre na Europa
Compreender que tipos de forças estão sendo mobilizadas nesses ataques é o primeiro passo para evitar a cilada autoritária de combater violência com repressão. Para cientista política, é preciso entender casos de violência nas escolas como um problema político
Enquanto o mundo passa por uma mudança no posicionamento de vários países, a região é a que menos cresce e menos se conecta com os setores dinâmicos da economia global e não consegue montar blocos fortes. Para embaixador, o Brasil tem excesso de poder em meio ambiente, mudança de clima, segurança alimentar e energia renovável, e poderia usar isso para liderar a América do Sul, influindo no realinhamento global
Desde que o novo governo chegou ao poder, uma em cada cinco menções ao país no exterior era favorável a sua imagem –índice que não foi melhor por causa da projeção negativa dos ataques de 8 de janeiro. Brasil tem oportunidade de melhorar seu prestígio no mundo, mas tem o desafio de superar problemas domésticos e ampliar a projeção no exterior
A situação política interna e o contexto internacional tornam improvável que o novo governo consiga grandes avanços na área, mas o fato de a desigualdade de renda ter diminuído no passado recente deve dar aos brasileiros a confiança de que ela pode cair novamente. Para professor, o Brasil não está condenado pela história à alta desigualdade, e existem razões para ser otimista sobre as possibilidades de queda dela no longo prazo