No 30º aniversário da Carta de 1988, a Constituição cidadã na feliz expressão de Ulysses Guimarães, o ex-capitão do exército brasileiro e deputado federal pelo Estado do Rio de Janeiro elegeu-se presidente da República. Superou no segundo turno o candidato petista Fernando Haddad: 57.797.847 de votos (55,13%) contra 47.040.906 (44,87%). Recebeu o elogio do general Heleno, um mentor do ativismo militar dos nossos dias: “Foi esse capitão que, com risco da própria vida, evitou a volta do PT com Haddad”
O autor sobressai nova versão de um fenômeno sociohistórico presente na formação do Estado nacional desde o Império, que se imaginava superado ao longo das últimas décadas. Tal fenômeno compõe-se de três elementos que interagem e se integram, produzindo resultados, legados e percepções, evidentes a todos que compreendem o cenário político, e os distingue: a politização dos militares e das Forças Armadas; a militarização da política e da sociedade; e a ação do grupo informal, coeso, com características autoritárias e pretensões de poder político, dirigido por oficiais-generais formados durante os anos 1970, período mais duro do regime autoritário. Considerando que a geração de jovens oficiais mira seus chefes, avaliando posturas e interpretando suas decisões, o autor questiona: o que fará o tenente de hoje quando for general em 2050? Comandará uma divisão de exército ou região militar, ou chefiará uma Casa Civil ou ministério formulando e executando políticas governamentais excêntricas ao dever militar?
Na noite de 14 de abril de 1912, naufragou o “inafundável” Titanic, causando a morte de 1.514 pessoas. Apesar de trágico, trouxe alguns benefícios significativos. Não há mais navios cujos barcos salva-vidas apenas cheguem para um terço dos que embarcaram. Os treinamentos foram aperfeiçoados. A engenharia naval foi sacudida, e a legislação marítima foi reescrita.
O que torna crível um centro político, convertendo-o em alternativa de poder, não é a propensão a se distinguir retoricamente da direita e da esquerda, mas a capacidade de se entender, simultaneamente, com ambas, criando marcos governativos na democracia. É exigência de política prática. Se ignorada, desaparece a razão de ser do centro.
Durante os dois primeiros anos do atual governo, eminentes ex-ministros, professores de relações internacionais e jornalistas especializados criticaram o rumo da política externa brasileira e argumentaram ter se dissipado o capital diplomático brasileiro formado ao longo da história do país. Com a mudança na chefia da diplomacia brasileira, discutem-se agora as possibilidades de sua recuperação.
A política externa é, antes de tudo, uma política pública. Trata-se de uma obviedade, dirão alguns. E, efetivamente, não há aí nada de novo. Talvez pelas especificidades típicas da atividade diplomática, porém, a política externa é tão frequentemente vista como uma realidade estanque, é tão frequentemente associada a abstrações alheias ao concreto do país de que emana e do mundo a que se dirige, que não será demais reafirmar: a política externa – ao lado de tantas outras – é, sim, antes de tudo, uma política pública, conduzida, no caso do Brasil, pelo presidente Jair Bolsonaro, assessorado pelo ministro das Relações Exteriores.
O vice-presidente da República e presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal considera que o desmatamento ilegal não se tornou um grave problema nacional repentinamente em 2019, mas resulta de uma sequência de decisões equivocadas, de diferentes governos, que levaram ao enfraquecimento da capacidade fiscalizadora das agências e à falta de alternativas econômicas sustentáveis para a população local. Na sua opinião, essa situação será revertida ao se atacar as causas estruturais que impulsionam a dinâmica predatória de ocupação do território.