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ANO 6 | JUL-SET 2013

Edição 22

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Especialistas em petróleo, gás natural, pré sal e etanol escrevem nesta edição temática. O Conselho Editorial pediu a eles que, em nove artigos, expusessem ao leitor os principais problemas, desafios e oportunidades que se apresentam ao Brasil diante da nova geografia da produção e da inovação. O intuito desta revista, ao escolher os articulistas e os assuntos do presente número, é contribuir para o debate nacional.


O geólogo Alvaro Teixeira, assessor especial do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), coordenou cinco artigos, os quais dão ao leitor uma visão prospectiva da complexa e estratégica indústria do petróleo, que experimentou extraordinário desenvolvimento a partir da abertura de mercado, em 1997. Hoje, essa indústria é responsável por investimentos da ordem de US$ 40 bilhões anuais, que contribuem com uma participação no PIB de 12%.


Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infra- estrutura (CBIE), e Marcio Balthazar da Silveira, da NatGas Economics, recordam que a Petro- bras, por sua excelência, sempre teve um papel de protagonismo na indústria, no período do mo- nopólio e na atual fase de mercado aberto e com- petitivo. Eles elogiam o foco dos investimentos no segmento de exploração e produção, mas re- comendam o desinvestimento e a busca de parce- rias em determinadas atividades do downstream. O consultor Marco Tavares, fundador do Grupo Gas Energy, analisando o mercado mun- dial, prevê uma “explosão do uso do gás natural”


no país, nos próximos anos, como energético ou matéria-prima. Para isso, considera importante criar condições para o desenvolvimento de um mercado competitivo no transporte e distribuição de gás, a exemplo do Reino Unido e da Argenti- na, por meio do desinvestimento de ativos nas mãos da Petrobras. Trata-se uma proposta ousa- da e, talvez, prematura, face à conjuntura atual.


Alvaro Teixeira descreve o sucesso na área de exploração e produção nos 15 anos de abertura, com a participação privada no segmento. Nesse período, as reservas e a produção de petróleo du- plicaram e os investimentos praticamente decupli- caram. Além disso, houve a descoberta de imen- sas reservas do pré-sal. A futura sustentabilidade do segmento, entretanto, vai depender da conti- nuidade dos leilões de blocos exploratórios. De acordo com Teixeira, o sucesso da primeira roda- da do pré-sal sob o novo regime de partilha, em outubro próximo, está condicionado à atratividade das condições contratuais e à mitigação da insegu- rança dos potenciais contratistas diante do exces- sivo poder do governo nas decisões.


Em seu artigo sobre os desafios e oportunida- des do pré-sal, o engenheiro Mauro Yuji, gerente de planejamento da Petrobras, responsável pelo plano desenvolvimento da Bacia de Santos, men- ciona a “transformação de um sonho em realida- de”. Usa o simbolismo para ressaltar o sucesso da empresa ao vencer os grandes desafios tecno- lógicos enfrentados, inicialmente, no desenvol- vimento das reservas do pré-sal, cuja exploração

permitirá dobrar a produção nacional de petróleo até o final desta década. A grande demanda pelo pré-sal alavancará o crescimento da indústria na- cional de bens e serviços.


O artigo do engenheiro Eloi Fernandez y Fer- nandez, diretor da ONIP, em coautoria com o economista Ernani Torres, professor da UFRJ, aborda a política de conteúdo local nos contratos de exploração e produção. Essa política busca agregar valor aos investimentos, por meio de obrigações assumidas pelos contratistas na oca- sião dos leilões, de forma a utilizar uma determi- nada porcentagem de bens e serviços de origem nacional. A política de conteúdo local foi bem-
-sucedida numa primeira fase, quando a indústria apresentava capacidade ociosa. Porém, com o crescimento vertiginoso dos investimentos, é re- comendável uma atualização dos instrumentos dessa política, visando converter as pesadas mul- tas decorrentes de inadimplência em investimen- tos para a efetiva ampliação da capacidade e da competitividade dos fornecedores nacionais.


As rodadas de licitação para a exploração e a produção de petróleo e gás natural são analisadas pela engenheira civil e diretora-geral da ANP, Mag- da Chambriard. Ela lembra que a licitação de “Li- bra”, a 1ª rodada do pré-sal, acontecerá em 21 de outubro, certame que será “único”, pelo fato de já haver descoberta testada e, também, pela excepcio- nal dimensão da produção que se espera da área.


“Pré-sal e a nova geografia econômica” é o tema do assessor econômico da presidência do BNDES, Jorge Arbache, e do sócio e diretor de P&D da Arbache Games, Fernando Arbache. Para eles, o verdadeiro ouro negro que poderá emergir do pré-sal não é o petróleo nem os royal- ties, mas sim as soluções para os desafios cientí- ficos e tecnológicos, logísticos e de equipamen- tos e materiais requeridos pela cadeia produtiva do setor e os impactos potenciais na produtivida- de e competitividade internacional.


Rogério Cézar de Cerqueira Leite, professor emérito da Unicamp e membro do Conselho Na- cional de Ciência e Tecnologia, Manoel Regis Lima Verde Leal, do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), e Marcelo Pereira Cunha, do Instituto de Econo- mia da Unicamp, são os autores do artigo “A Guerra entre Petróleo e Etanol”. Eles sustentam que o etanol de cana-de- açúcar é o único bio- combustível de primeira geração que sobrevive- rá no longo prazo, mesmo depois da entrada em cena dos biocombustíveis de segunda geração. Assim, não parece ter sentido a postura de que, com a exploração do petróleo do pré-sal, a im- portância de etanol ficará diminuída, porque o Brasil será um exportador de petróleo.


Escrevem sobre “Política de Petróleo e In- dústria de Etanol” os especialistas da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) Elizabeth Farina, presidente, Luciano Rodrigues, gerente de economia e de análise setorial, e Eduardo Leão de Sousa, diretor-executivo. O caso brasi- leiro de produção e consumo em larga escala de etanol, ao longo de mais de quatro décadas, tor- nou-se um exemplo mundial. O Brasil conseguiu desenvolver o maior programa de substituição de combustíveis fósseis por renováveis. Não há ou- tro país que tenha uma frota de quase 20 milhões de veículos leves, que possa rodar com qualquer combinação de gasolina e etanol de cana-de-açú- car que o consumidor deseje.
A desregulamentação do setor sucroenergéti- co e a nova configuração no mercado de petró- leo, associadas à mudança tecnológica que per- mitiu ao consumidor decidir o tipo de combustí- vel a ser utilizado no momento do abastecimen- to, exigiram transformações na esfera regulatória relacionada ao setor de combustíveis. Isso fez do Brasil um caso único no mundo, não apenas pelo uso do etanol hidratado em larga escala e pela presença dos veículos flex, mas também por con- templar dois combustíveis substitutos – etanol e gasolina – com sistema de produção e estrutura de mercado completamente distintos, conviven- do em um ambiente de livre mercado.

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