Após precisar focar a agenda do governo na defesa da democracia, aos poucos a nova administração vai retomando seus planos. O Itamaraty talvez seja o setor que mais atuou na volta à normalidade: com sua burocracia estável, funcionários de Estado e prioridades determinadas pelo presidente, Mauro Vieira passou a implementar uma série de medidas que mostraram uma reversão da política externa em diversas áreas
Série sul-coreana ‘Profecia do Inferno’ usa monstros e deuses cruéis para evocar um drama humanista que pode ser identificado na realidade brasileira de milhares de mortos e desaparecidos tratados através de um prisma moralista que separa os ‘cidadãos de bem’ dos “vagabundos” que merecem o castigo recebido
Pesquisa indica que, apesar da percepção internacional de reviravolta no Itamaraty, a transformação da retórica da política externa durante o governo de extrema-direita não se traduziu em mudanças reais no comportamento do Brasil no mundo. Sem uma ruptura de peso, o novo governo pode ter um caminho para retomar a normalidade da posição internacional do país
O papel dos militares na política é uma tensão permanente e não resolvida no Estado brasileiro. Para cientista político, o país precisa de reformas que fortaleçam o controle civil, pois a noção de que os militares brasileiros são um poder moderador está viva para grandes setores da população
Na reunião de Cúpula Estados Unidos-África, em Washington, governo americano procurou distanciar sua postura daquela das antigas potências colonizadoras e oferecer uma comparação com a presença chinesa no continente. Para embaixadora, governo Biden quer compensar o tempo perdido em ações de grande e ambiciosa escala e com o maior respeito
Volume de menções ao país na imprensa internacional foi quase quatro vezes maior do que a média registrada nos últimos meses, e três de cada quatro matérias sobre o país após a mobilização golpista tinha tom negativo, com potencial de piorar a imagem do país no exterior
Ataques a Brasília parecem ter enfraquecido os bolsonaristas, pelo menos temporariamente, mas descartar ou minimizar sua capacidade contínua de organizar outros eventos violentos no futuro seria não apenas errado, mas perigoso, argumenta professora de relações internacionais
Os acontecimentos de 8 de janeiro colocaram de maneira dramática a necessidade de enfrentar o desafio de tentar equacionar e superar de maneira transparente o problema da militarização da política e da politização das Forças Armadas
Mesmo após a saída de Bolsonaro do poder, a politização das forças de segurança continuará existindo. Para professor de relações internacionais, “desbolsonarizar” as forças de segurança não é a questão central, e o fundamental é desmilitarizar a cidadania brasileira.
A emergência do país está associada à estabilidade econômica e política. Após anos de piora da reputação internacional sob Bolsonaro, novo governo precisa superar a ameaça golpista para que o Brasil volte a construir um papel internacional importante.