Apresentação
Os artigos da edição 30 atualizam os temas recorrentes tratados por esta revista, cuja missão é contribuir para o debate apartidário e independente de agendas que afetam o interesse nacional. Assuntos como as crises econômica e política, os problemas e desafios nas áreas de educação e cultura, a corrupção e os casos dela decorrentes, os protestos populares na rua, a discussão sobre as reformas estruturais, sobretudo a política e a partidária, têm sido exaustivamente analisados nestas páginas por especialistas respeitados na sociedade brasileira. Neste número, o Conselho Editorial convidou para analisar a questão atualíssima do emprego e do desemprego no Brasil, em 2015, um dos principais especialistas nessa temática, o professor da Faculdade de Economia da USP, José Pastore. Segundo ele, o mercado de trabalho, “que estava relativamente blindado, passou a sentir o peso dos desequilíbrios” no governo Dilma Rousseff. “O Brasil ganhará muito se abandonar em definitivo a prática do populismo econômico para garantir as vitórias eleitorais. O desenvolvimento sustentado do país depende de medidas sérias nos campos de produção, educação e inovação e, sobretudo, no terreno da ética do trabalho, valorizando entre os jovens a noção de mérito e eficiência”, opina.
O publicitário Nizan Guanaes, nomeado, em 2010, um dos cinco brasileiros mais influentes do mundo pelo jornal Financial Times e um dos 21 influenciadores globais sobre mídia e marketing na Advertising Age, em 2011, escreve sobre um assunto ainda pouco comentado no Brasil: o novo papel das relações públicas na promoção de marcas das organizações empresariais. “As marcas e as organizações em geral precisam de publicidade e de relações públicas. Sempre precisaram, mas agora precisam mais. Conheci muita gente de sucesso no Brasil e no mundo que, sem recursos vultosos para gastar em publicidade, criou marcas e reputações com relações públicas inteligentes e focadas. O sucesso internacional das sandálias Havaianas, por exemplo, não foi construído no exterior com publicidade paga, mas sim com ações inteligentes de relações públicas, como sampling e networking”. Uma visão crítica da atual política educacional é esboçada pela socióloga Maria Helena Guimarães de Castro, que participou da formulação de várias reformas na área de educação durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Como presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep), o órgão do governo federal encarregado das estatísticas e das avaliações educacionais, ela desenvolveu projetos como o Censo Escolar, o Censo do Ensino Superior, o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e a implantação do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). No artigo, ela critica o Plano Nacional de Educação (PNE) 2014-2024, aprovado pela Lei no 13.005, de 25 de junho de 2014. “É um exemplo de como nos faltam boas políticas, pois combina todos os elementos para não dar certo: apresenta metas irreais, não indica como elas devem ser cumpridas e não exige compromisso dos gestores da educação”.