Decisão se insere em um momento de forte reposicionamento do Brasil no cenário internacional, marcado também pela liderança brasileira ano passado no G20 e pela organização da COP 30 no fim deste ano, consolidando uma postura ativa do país na reestruturação da governança global
Concomitantemente, as crises não param de se multiplicar pelo mundo afora, tanto nos chamados “Ocidente central” e “Sul global”, sinalizando que as hierarquias e o modelo westfaliano dos Estados nacionais, com os quais convivemos ao longo destes últimos quatro séculos, estão cedendo espaço para um mundo muito mais complexo, onde as relações e as alianças se constroem seguindo padrões e interesses multipolares, e não mais “nacionais”
A consolidação do eixo Trump-Putin representa o abandono da previsibilidade diplomática dos Estados Unidos e sua substituição por uma política externa baseada na imposição e força, onde soberanias são tratadas como ativos negociáveis.
O Brasil não pode aceitar de forma passiva o desmonte destes organismos multilaterais. A liderança brasileira precisa ter protagonismo para ajudar a inverter a situação e recuperar o espírito de Bretton Woods
A ascensão de um novo governo Trump e a consolidação de lideranças nacionalistas ao redor do mundo sinalizam um período de instabilidade na política internacional. Para o Brasil, esse cenário apresenta tanto riscos quanto oportunidades
Historicamente, a América Latina foi tratada pelos EUA como uma extensão de sua esfera de influência, sujeita a intervenções econômicas e políticas conforme os interesses de Washington. No entanto, a fragmentação da ordem internacional e a ascensão de novas potências mudaram, ainda que pouco, esse paradigma. Como maior economia da região, o Brasil tem capacidade e obrigação de estruturar uma nova arquitetura de poder baseada na autonomia regional e no pragmatismo diplomático
Por Glauco Arbix* Há três anos, Vladimir Putin invadia a Ucrânia em uma nova ofensiva desde a invasão da Crimeia em 2014. Os planos do presidente russo previam que uma fulminante vitória se daria em dias. E poucos analistas internacionais ousaram contestar essa previsão, dada a disparidade de força entre os dois países. Mas a […]
Apoiado pelo Brasil e por outros países, Albert Ramdin substitui o uruguaio Luís Almagro que, entre 2015 e 2025, ocupou o principal posto da OEA, não podendo mais concorreu a outra reeleição.
Em um contexto geopolítico desafiador ao multilateralismo, o Brics é um foro absolutamente necessário para o sucesso da COP30, e o Brasil tem que usar de seu capital diplomático para criar pontes e consensos, e sentar-se em todas as mesas destravar impasses e impedir retrocessos e desmontes
Estratégia de guerra de atrito adotada pela Rússia contribuiu para que conflito se arraste sem vencedor aparente. Para Hector Saint-Pierre, Putin não deve abrir espaço para que demais nações europeias participem das negociações, e interesses mais amplos de russos e norte-americanos podem influenciar eventual acordo.