Professor da pós-graduação em Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Maria, RS, Júlio Rodriguez aborda a volta da confiança nas forças armadas, que estaria ligada ao seu retorno aos assuntos da Defesa, distantes, portanto,
da política nacional. Desta forma, diz ele, é urgente que os militares retornem à caserna, porque o contexto internacional que se avizinha dependerá, cada vez mais, de prontidão e capacidade de mobilização para atuarem externamente. As forças armadas devem perceber que a sociedade não apoia o golpismo.
Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro escreve sobre o que considera a raiz dos problemas que enfrentamos, além da contração econômica induzida pelo vírus e da destruição de milhões de vidas humanas, temos uma crise de governança. “Neste momento, estamos testemunhando, simultaneamente, uma crise da saúde, uma crise econômica e um agravamento da polarização social e política, bem como uma crise da capacidade estatal, da cooperação internacional e da confiança. São muitas as incógnitas, tanto o que se sabe que não se conhece, quanto o que não se conhece de fato. Mas, um fato é certo: vivemos em tempos conturbados.”
PhD em Economia e diretor da Rosenberg Partners pondera em seu artigo que partilha integralmente do sentimento de revolta da maioria da sociedade com o atual governo, mas observa também os avanços alcançados e que não devem ser desperdiçados. “Jamais imaginei que, 25 anos após termo-nos livrado do arbítrio do governo militar, estivéssemos debatendo tópicos sagrados como o equilíbrio dos Três Poderes, a inviolabilidade do mandato dos juízes do Supremo, a irrefutabilidade de suas decisões ou a lisura dos pleitos eletrônicos. Mas, por dever de ofício, somos obrigados a manter a objetividade na análise econômica e identificar os avanços na economia, por mais engulhos que nos provoque o cenário político.
A política externa é, antes de tudo, uma política pública. Trata-se de uma obviedade, dirão alguns. E, efetivamente, não há aí nada de novo. Talvez pelas especificidades típicas da atividade diplomática, porém, a política externa é tão frequentemente vista como uma realidade estanque, é tão frequentemente associada a abstrações alheias ao concreto do país de que emana e do mundo a que se dirige, que não será demais reafirmar: a política externa – ao lado de tantas outras – é, sim, antes de tudo, uma política pública, conduzida, no caso do Brasil, pelo presidente Jair Bolsonaro, assessorado pelo ministro das Relações Exteriores.
A dupla que assumiu o comando do Congresso nesta segunda metade do mandato de Jair Bolsonaro – o líder do Centrão, deputado Arthur Lira (PP-AL), na Câmara, e o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), no Senado
Não há como enfrentar a crise provocada pela pandemia sem a ação do Estado. O isolamento, imposto por lei ou por medo do contágio, provoca uma parada na economia. Diferentemente da crise financeira de 2008, essa é uma crise da economia real.
Na passagem de 2019 para 2020, a economia brasileira vinha mostrando claros sinais de reação, com indícios de que a gradual recuperação seguia em curso. O mercado de trabalho vinha melhorando e o desemprego seguia em trajetória de queda, com aumento do emprego formal. Essa trajetória virtuosa, no entanto, foi interrompida pelo choque provocado pelo novo coronavírus. Hoje, alguns números já atestam os primeiros impactos da epidemia sobre a atividade econômica do país.
É seguro dizer que não volta tudo a ser como era, embora não seja fácil antecipar o que será abandonado e o que se incorpora ao cotidiano. Antecipando o que diremos adiante, a pandemia romperá o mais atávico tabu na educação: a introdução de modernas tecnologias nas salas de aula do ciclo acadêmico – uma barreira em quase todos os países.