Discurso do chanceler no Conselho de Segurança revela visão ingênua da geopolítica e tenta mobilizar potências interessadas em poder apenas com argumentos sobre a guerra
Na Presidência da principal instituição da ONU, Brasil atuou de forma proativa e teve a chance de mudar sua imagem e ampliar seu prestígio. Rejeição de proposta brasileira reforça a ideia de que as grandes potências não reconhecem a sua relevância em questões de segurança global
Conflito gerou tensão em todo o mundo e corre o risco de se expandir pela região. Para embaixador, a relação entre Israel e a Palestina só poderá sair do impasse de mais de 70 anos se for desenhada uma nova abordagem a partir da substituição das atuais lideranças em Tel Aviv e na Autoridade Palestina
Visto tradicionalmente como país que não toma decisões e fica em cima do muro, o Brasil não é reconhecido como ator importante nas grandes questões globais. Em novo contexto de tensão internacional, país pode aproveitar a liderança na principal instituição da ONU para mudar sua imagem e se mostrar relevante para a segurança global
Presidente discursou de forma assertiva e propositiva na Assembleia Geral das Nações Unidas. Para historiador, momento consagra o retorno do Brasil ao mundo como nação democrática e que tem um papel central na promoção de causas progressistas, tanto no ambiente doméstico, como no cenário internacional
Em discurso de abertura da Assembleia Geral, presidente fugiu da regra dos últimos anos ao se dirigir ao mundo em vez de focar nos temas domésticos do país. Para embaixador, Brasil demonstrou interesse em ter um papel de liderança internacional, buscando um lugar de destaque nas relações globais
Expansão do bloco de países emergentes dilui a influência dos membros originais e consolida a China como hegemonia em crescente polarização com o Ocidente. Para embaixador, mudança traz riscos para o Brasil pelo anacronismo de ameaçar o não alinhamento com potências e pelo paradoxo doméstico entre democracia e autocracia
Críticos apontam que a voz do Brasil no grupo perde força com a inclusão de novos países, indicando que o país ‘cedeu’ a liderança dos emergentes à China. Histórico mostra, entretanto, que a presença do país no Brics já foi muito questionada, e o Brasil foi o país do grupo que menos ampliou seu status
Analogia com jogo de tabuleiro permite ver a importância da atuação conjunta de nações que são percebidas como menos influentes no mundo. Ao contrário de grupos de status elevado como o Conselho de Segurança da ONU, aumentar o número de países no bloco que representa o Sul Global tem o potencial de ampliar a voz do grupo na política internacional
Desde o começo, havia pouca expectativa quanto aos resultados finais do encontro de cúpula. Para embaixador, comunicado final apenas reforçou e reiterou compromissos passados, como o objetivo de alcançar um acordo comercial entre o Mercosul e a UE