Em meio a tensões globais, América Latina pacífica e distante de conflitos acaba ficando distante e isolada de disputas entre as grandes potências. Posição dá mais liberdade de ação a governos locais, mas dificulta na busca por relevância internacional
Itamaraty enfrenta acúmulo de crises globais com tensão nas relações com Israel, preocupação com escalada retórica na Venezuela, acirramento das eleições na Argentina e pressão por pagamentos à OCDE. Para embaixador, situação põe em questão algumas decisões tomadas pelo governo Lula
Conflito amplia tensão regional e se torna uma prioridade para o governo americano. Para embaixador, entretanto, os EUA aparentemente estão chegando ao limite de tolerância em relação à ação militar contra o Hamas
Discurso do chanceler no Conselho de Segurança revela visão ingênua da geopolítica e tenta mobilizar potências interessadas em poder apenas com argumentos sobre a guerra
Na Presidência da principal instituição da ONU, Brasil atuou de forma proativa e teve a chance de mudar sua imagem e ampliar seu prestígio. Rejeição de proposta brasileira reforça a ideia de que as grandes potências não reconhecem a sua relevância em questões de segurança global
Ataque do grupo palestino contra israelenses gerou troca de acusações e pressão pelo uso da classificação em discussões sobre política internacional. Para cientista política, na guerra de declarada por Israel contra Gaza, definir quem é ‘o verdadeiro terrorista’ só serve a um propósito: legitimar massacres
Eleição de líderes populistas com uma agenda semelhante levou à tentativa de aproximação entre o Brasil e os EUA, mesmo sem gerar vantagens para o primeiro. Para historiador, as conquistas das últimas décadas da diplomacia brasileira no sentido de projetar o país no cenário internacional de maneira mais estrutural e duradoura serviram como impedimentos para tal subordinação
Visto tradicionalmente como país que não toma decisões e fica em cima do muro, o Brasil não é reconhecido como ator importante nas grandes questões globais. Em novo contexto de tensão internacional, país pode aproveitar a liderança na principal instituição da ONU para mudar sua imagem e se mostrar relevante para a segurança global
Sem um fim à vista para o sofrimento causado pelo bloqueio, parece que o Hamas decidiu romper o status quo em um ataque surpresa contra israelenses, inclusive civis. Os ataques aéreos de represália de Israel e a imposição de um “cerco completo” à faixa de separação causaram ainda mais sofrimento aos cidadãos comuns de Gaza.
Israel corre o risco de ser arrastado para um conflito sangrento e prolongado, no qual suas tropas tenham que ir de porta em porta à procura de agentes do Hamas. Isso resultaria em centenas, se não milhares de mortes, e faria exatamente o que o Hamas e o Hezbollah querem, transformando-os nos únicos e verdadeiros defensores da Palestina aos olhos de seu povo.