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Interesse Nacional

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Apresentação

A edição 13 da Interesse Nacional marcou de forma especial a história dos três anos da nossa publicação em função
do debate político, com enorme repercussão na sociedade, suscitado pelos artigos sobre o papel da oposição.
O presente número ainda ecoa a polêmica levantada pela análise do sociólogo e ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, na abertura da edição anterior. fhc traçou um roteiro para as oposições construírem uma nova estratégia político-eleitoral, sendo uma das alavancas um trabalho para ampliar a influência sobre as novas classes médias, em contraposição à persistência, na disputa com o pt, pelos “movimentos sociais”, ou pelo “povão”, isto é, as massas carentes e pouco informadas.


Em resposta, o ex-ministro da Casa Civil e membro do Diretório Nacional do pt, José Dirceu – que na edição 8 desta revista escreveu o texto “pt e psdb: Por que as Divergências são Inconciliáveis?” –, polemiza com os tucanos em novo artigo crítico, “O Papel do pt e da Oposição no Brasil”, que abre o presente número.


Diz José Dirceu: “Não é de hoje que as forças que se aliaram em torno do presidente Lula e, agora, de Dilma Rousseff, em apoio às políticas governamentais, têm identificado nas oposições a ausência de alternativas. Nesse sentido, as formulações de fhc tentam reorganizar a maneira de agir, a partir do estabelecimento de um ‘público-alvo’, por assim dizer, que é a chamada nova classe média. Ou seja, o tucano produz, antes de qualquer coisa, uma análise e uma estratégia eleitoral, para fazer seu partido retornar ao governo federal. Essa tentativa parte da premissa de que faltam às oposições um projeto e uma estratégia de ação, mas também do reconhecimento de que o Partido dos Trabalha- dores é historicamente muito mais bem sucedido no diálogo com as camadas mais populares da sociedade – nas palavras do ex-presidente tucano, ‘as oposições se baseiam em partidos não propriamente mobilizadores de massas’. Em suma, finalmente dá-se o braço a torcer de que foi o governo Lula e do PT que se voltou a essas camadas menos favorecidas”.


O Conselho Editorial, reunido em 5 de abril, decidiu levantar nesta edição outra discussão de fundo: o que é ideologia no Brasil de hoje? Por que no Brasil ninguém tem coragem de dizer que é de direita, embora, na prática, a maioria se apresente como de tendência conservadora? Nota-se, acima de tudo, a falta de uma ideologia clara dos partidos políticos. O que é ser liberal hoje? O que é ser socialista? Para refletir sobre o tema, Interesse Nacional convidou o jornalista, articulista de Veja e membro do Conselho Editorial desta revista, Roberto Pompeu de Toledo, e o professor de Ciência Política da usp e da Unicamp, Leôncio Martins Rodrigues.


“Em nenhum lugar do mundo a ideologia desapareceu, levando consigo a oposição entre esquerda e direita. Difícil pode ser distingui-las, e não é de hoje”, escreve Pompeu de To- ledo no artigo “Direita e Esquerda na Terra de Macunaíma”. Por meio de vários exemplos do passado e atuais, ele explica didaticamente esse contexto.


Com o olhar de cientista político reconhecido por sua especialização (como atestam os livros que escreveu CUT: os Militantes e a Ideologia; Lenin: Capitalismo de Estado e Burocracia; Mudanças na Classe Política Brasileira;
Destino do Sindicalismo; e Partidos, Ideologia e Composição Social), Leôncio Martins Rodrigues oferece ao leitor algumas hipóteses sobre o malogro, na história política brasileira, dos partidos do tipo social-democrata e comunista, mais ou menos semelhantes aos que existiram na Europa.


Esta edição analisa, também, o tema da nova classe social emergente em artigo do sociólogo Jessé Souza. Ele tem se debruçado sobre o fenômeno da nova classe média brasileira, que ascendeu socialmente nos últimos anos. O autor do artigo “A Parte de Baixo da Sociedade Brasileira” refuta essa definição e explica por quê em seu livro Os Batalhadores Brasileiros: Nova Classe Média ou Nova Classe Média Trabalhadora?


“Essa classe não tem nada das classes médias privilegiadas e estabelecidas”, afirma. “Os ‘emergentes’, que preferimos chamar no nosso estudo de ‘batalhadores’ ou ‘nova classe trabalhadora’, não possuem nenhum dos privilégios de nascimento da classe média verdadeira.”


O artigo “A Política de Segurança Pública no Brasil”, de Regina Miki, secretária nacional de Segurança Pública, que Interesse Nacional traz para fomentar esse importante debate, de- talha as diretrizes na área e os itens priorizados, como “desarmamento, participação social, conselhos comunitários de segurança, a importância dos municípios como gestores da política de segurança pública, o policiamento comunitário, a valorização profissional, o enfrentamen to do preconceito, o acesso à justiça, a priorização das penas e medidas alternativas, a cultura de paz e o fortalecimento do Sistema Único de Segurança Pública (susp) e do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci)”.


O que o Brasil quer das suas relações com a China, segunda maior economia do mundo e recentemente visitada pela presidente Dilma Rousseff? Quais são os principais desafios para o desenvolvimento das relações Brasil-EUA na próxima década? Esses temas de relevante interesse nacional estão presentes nesta edição em textos de dois diplomatas – Clodoaldo Hugueney, embaixador do País na China, e Rubens Barbosa, ex-embaixador em Washington.
O ponto central da visita de Dilma Rousseff à China, segundo Hugueney, autor de “Um Olhar sobre o Futuro das Relações Brasil-China”, “foi a proposta brasileira de dar um salto qualitativo nas relações”.


Nos recentes encontros entre os presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama, em Brasília, foram lançadas as bases em que as relações entre o Brasil e os eua deverão evoluir nos próximos anos, abrindo a possibilidade de avanços concretos que venham a beneficiar os governos e o setor privado dos dois países, aproveitando as grandes transformações que ocorrem no mundo, analisa Rubens Barbosa no artigo “As Perspectivas das Relações Brasil-EUA nos Próximos Dez Anos”.


O Brasil passa por um momento ímpar, diz Paulo de Sousa Oliveira Jr., diretor-presidente da brain (Brasil Investimentos e Negócios), associação composta por empresas de diversos setores da economia, que tem por objetivo transformar o Brasil num polo de desenvolvimento de negócios para a América Latina, atraindo investidores de todo o mundo para a região. Em artigo, ele explica que as principais regiões do mundo estão estruturadas em redes de negócios e que as regiões mais desenvolvidas estão passando por profundas crises e transformações que criam um novo entorno de desafios e oportunidades para a América Latina e para o Brasil.


Concluindo a apresentação deste número, destacamos que a seção Críticas e Comentários traz a repercussão na mídia, e entre os leitores, dos artigos publicados no número anterior de Interesse Nacional.

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